Pra baixo nem todo santo ajuda​

Escalar montanhas cobertas de neve é difícil, mas ainda mais complicado é descer...

Conheça aqui um pouco do glissading, uma espécie de "skibunda" praticado por alpinistas.

Em Quebec, é comum ver nas vilas construções feitas de um gelo especial que funcionam como turbinados escorregadores para a criançada se divertir ao ar livre durante o inverno. São as “glissades”. Eu, curiosa que sou, fui cavucar mais a palavra e descobri a técnica de descida de morro praticada por alpinistas, o glissading.

Aqui meus sobrinhos curtindo uma glissade na região de Laurentides em Quebec

É fácil pensar na trabalheira que dá escalar montanhas coberta de neve, certo? Mas pare aí um segundo e pense em como pode ser custoso, em especial depois do cansaço da subida, ter que ir pirambeira abaixo… Pois é justinho para amenizar a peleja da descida que existe o “glissading”.

Há três tipos básicos de glissading. O primeiro e mais simples é um tipo de “skibunda em que a pessoa senta nna neve e se manda ladeira abaixo -- mas aí é preciso se preparar para ficar molhado. Aliás, pensando nisso, tem gente até que já sobe o morro preparada, carregando um saco de plástico, desses de lixo, para usar de “tapete voador” e amenizar assim a molhação. A segunda modalidade é fazer a mesma coisa, só que de pé – o que exige, no entanto, uma dose bem maior de equilíbrio. E a última é seguir meio que agachado.

Nos três casos, porém, quem manja do assunto usa uma machidinha de gelo para ajudar a fazer o papel de freio, afinal de contas, o negócio ali não é tobogã nem slopede resort de ski, com tudo ajeitadinho e o terreno pode ter pedras ou galhos, por exemplo, escondidos debaixo de uma camada mais leve de neve. Além disso, a inclinação pode ficar brava de repente, acelerando a descida e criando o potencial para uma perigosa perda de controle.

Confira aqui um vídeo em que a gente vê as duas coisas ao mesmo tempo numa só descida em modo glissading– o cara de preto segue na manha. O de amarelo vai que é uma tristeza: